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29 junho, 2017

Queen of Shadows, da Sarah J. Maas.

Throne of Glass #4: Queen of Shadows

Autor(a): Sarah J. Maas
Editora: Bloomsbury USA Childrens
Ano: 2015
Paginas: 648
IBSN: 1619636042 
Livros da Série: #1#2 e #3
Titulo no Brasil: Rainha das Sombras (Galera Record)
Inglês nível: A3
no goodreads e no skoob.
(Contém spoilers dos livros anteriores da série, e é fortemente não recomendado para quem ainda não leu Queen of Shadows) 


Senta que esse vai ser um puta d'um texto citando tudo que tornou esse livro em perfeição. Na minha opinião, claro.

Olha amiguinhos, se a merda parece ter atingido o ventilador ao final de Heir of Fire, já prepara esse queixo, que a tendencia é que ele bata lá no chão, bem ao estilo desenho animado, com as bombas que caem sobre nossas cabeças no quarto volume da série de sete (?) livros. Celaena Sardothien se foi, e em Queen of Shadows quem assume seu lugar é Aelin of the wild fire Galathynius. 

A garota praticamente perde todos que ela ama, e para os que restaram ela se vê obrigada a virar as costas em nome de um bem maior. Seu retorno a Aderlan se aproxima, e com ele, sua promessa de vingança ao homem responsável por cada cicatriz física e emocional que ela e seu povo carregam. Aelin está pronta para lutar para recuperar tudo que é seu por direito: seu primo Aedion, seu amigo Dorian, seu povo - no momento presos e transformados em escravos-, seu reino, seu trono, seu sobrenome. Sua magia.

Para que seus planos se concretizem, porém, ela se vê obrigada a socializar com velhos amigos, inimigos e os aliados improváveis que surgem ao longo do tortuoso caminho contra o Rei de Aderlan e o que quer que esteja acontecendo em Morath.

De forma resumida, foi um livro emocionalmente estimulante. Senti medo, orgulho, raiva e carinho. Pela primeira vez, não questionei nenhuma das decisões que Aelin tomou. Enquanto em todos os livros anteriores tiveram momentos que me frustraram loucamente, em Queen of Shadows todos os planos e escolhas soaram bem pensados, estratégicos, inteligentes. Um pouco implacável, perverso e extremamente violento em alguns momentos? Claro. Mas, ainda assim, cada movimento foi preciso. 

Se enxergá-la como um Rainha foi uma dificuldade em Heir of Fire, nessa maravilha de livro foi impossível não imagina-la liderando Terrasen. Não prever todas as batalhas que serão travadas até que ela finalmente se sente em seu trono por direito.


“She was fire, and light, and ash, and embers. She was Aelin Fireheart, and she bowed for no one and nothing, save the crown that was hers by blood and survival and triumph.”

Um pequeno background na minha história com Queen of Shadows: tentei ler o livro umas duas vezes mas não consegui passar do quarto capitulo por motivos de Chaolaena. Também porque acabamos vendo alguns dos nossos amados personagens sendo bem maltratados. Mas principalmente por causa de Chaolaena. 

Os dois se reencontram lá pelo terceiro capítulo e eles soltam faíscas, mas não no bom sentido. Chaol é tudo menos caloroso quando avista Aelin, que, por sua vez, ainda nutre ressentimentos após todo o episódio com Nahemia. Meu coração despedaçou, amiguinhos. Então o que fiz foi dar um tempo, me afastar do livro e só retornar quando aceitei que Chaolaena era mais um fantasma na história de Celaena/Aelin.

Quando engoli a sensação de perda de algo que um dia foi bom, tudo entrou em perspectiva facilmente.

Afinal, a história é muito maior que a vida amorosa de Aelin. É sobre o passado e futuro dela se chocando, seus medos e seus sonhos colidindo. A garota é uma Rainha em guerra, pelo amor de Deus! Tem mais com o que se preocupar, né non? Depois que se para pra pensar, o fato dos dois não terminarem juntos dá sim um toque realista para história. Nem sempre seu primeiro amor é o seu ultimo amor. Todos nós, incluindo Aelin, somos muito gratos por Chaol e pelo que ele significou para Celaena. Ele foi o cara que esteve ali quando ela mais precisou. O complicado é que a persona que habitou o corpo de Aelin não existe mais, e Chaol, desde que descobriu a verdade por trás da Assassina, teve mil e um problemas com o que ela é. E aqui as coisas pioram, pois ele obviamente tem problemas com quem ela é também. Sua cabeça está em conflito uma vez que compreende que para conseguir o que quer, precisará por em risco algo que ele ama muito: seu povo.


“It’s Aelin now,” she snapped as loudly as she dared. “Celaena Sardothien doesn’t exist anymore.” 

Agora, foi muito importante que Aelin tenha se estabelecido antes de voltar a reencontrar Chaol, pois é visível como os caminhos deles se entrelaçam, como eles são survivers, ainda que suas trajetórias sejam muito distintas. Sempre vai existir aquele amarguinho no fundo da boca, aquela saudade da forma natural como eles costumavam trabalhar juntos. Mas enquanto Chaol não superar sua dificuldade em aceitar Aelin pelo que ela é e vê-la além de Fae ou humana, não há como o vento voltar a soprar a favor dos dois.

De qualquer forma, é o que disse agora pouco: essa não é apenas uma história de amor.

Que Aelin é kick-ass pra cacete, não é nenhuma novidade. Mas aqui a ferocidade com a qual ela enfrenta as dificuldades que surgem no seu caminho é um nível acima. Tem essa cena, lá pelos 55% do livro, se não me engano a primeira cena de ação mais pesada, que dita o que vai acontecer no restante do livro em certos aspectos. Enfim, nessa cena as coisas acontecem em questão de segundos. Aelin age em questão de segundos. Quanto mais eu li sob o ponto de vista dela, mais eu me apaixonei. Foi muito importante para mim ver traços de Celaena Sardothien em Aelin Galathynius, ver como mesmo quando ela fingia ser outra pessoa, ela nunca tinha ido muito longe de quem realmente é. A garota é composta por tantas camadas! Tem sempre algo sob cada uma das suas ações e emoções, e ainda que ela não esteja nem próxima da perfeição, foi tão fácil me orgulhar e torcer para ela. 

Contra o leve desgosto que senti sobre ele, no terceiro livro da série acabei de apegando à Dorian. Veja, nesse volume ele me assustou mais do que qualquer outro personagem. Não conseguia imaginar como Aelin e Chaol poderiam ajudá-lo e salvá-lo e, mais de uma vez, tive certeza que Dorian acabaria sendo morto pelas mãos de alguém que o amava. 

“They were infinite. They were the beginning and the ending; they were eternity. The king standing before them gaped as the shield of flame died out to reveal Aelin and Dorian, hand in hand, glowing like newborn gods as their magic entwined.” 

E ai, tem o Rowan. Jesus amado, como senti falta do Rowan no inicio do livro. Uma das coisas que mais gosto no carinha é a forma como ele respeita Aelin em todos os âmbitos possíveis, sempre a tratando de igual para igual, sempre acreditando em seu potencial e sendo realista. Um cara que tenta proteger a mocinha é fofo, mas Aelin Galathinus está bem longe de ser só mais uma mocinha indefesa. Ele sempre se colocava em posição para lutar com Aelin ao invés de no lugar da Rainha, como se ela não fosse capaz de se defender sozinha. Amo a quimica entre eles, amo como eles se fortalecem na presença um do outro. É um personagem tão complexo, com tanta história e um passado extenso. 

Sarah também foi muito bem sucedida ao dividir o livro de forma que cada um dos personagens secundários (Manon, Chaol, Dorian, Aedion, etc.) tivessem voz. Temos novos personagens fascinantes (destaques para Nesryn Faliq, Elide Lachan e Lysandra) e temos um laço importantíssimo entre duas personagens se formando e foi lindo ver cada um dos caminhos desses personagens sendo, lentamente, costurados ao de Aelin. Desde que li sobre Lysandra pela primeira vez soube que uma amizade entre ela e Aelin nasceria, e graças ao bom Deus foi exatamente isso que aconteceu. Amo sua personalidade, amo sua habilidade especial, amo o carisma e seu senso de justiça, sua atitude, seu lado materno com Evangeline, amo o começo do ship entre ela e Aedion... recebi Lysandra de braços abertos e agradeci sua presença no livro.


“Aelin Galathynius looked at Manon Blackbeak over their crossed swords and let out a low, vicious snarl.” 

Obviamente nenhuma das minhas teorias se concretizaram, mas tudo bem, isso eu já esperava. 

O talento que transpira de Maas em cada palavra, em cada plot twist, em cada cena de ação, cada momento emocionalmente carregado, seja lá qual for a emoção, é de cair o cú da bunda. As estratégias dela para a construção e desconstrução dessa história e desses personagens foi perspicaz. Os conflitos, a mitologia, o universo... todos cresceram e se tornaram maiores, melhores e mais complexos. 

Não sei como os personagens que possuem magica correndo por suas veias vão se portar agora que a magia foi libertada, não sei a quem os outros povos vão se aliar, definitivamente não faço ideia de quais são os caminhos que Maas colocará nossos personagens para traçar. Da forma que QofS termina, só consigo imaginar história para mais um livro, e pelo menos mais três estão previstos para serem lançados nos próximos anos. 

Ainda assim, se tem algo que aprendi a confiar é na capacidade de Sarah J. Maas de me surpreender.



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