To All The Boys I've Loved Before #1
Autor(a): Jenny Han
Editora: Simon & Schuster
Ano: 2014
Paginas: 355
IBSN: 1442426705
Titulo no Brasil: Para Todos os Garotos que Já Amei
Aquelas não eram cartas de amor que alguém tinha escrito para ela, aquelas eram as que ela tinha escrito para alguém. Uma para cada garoto que ela já amou - cinco no total. Quando ela escreve, ela pode derramar sua alma e seu coração e dizer todas as coisas que nunca diria na vida real, porque aquelas cartas, no fundo, no fundo, aquelas foram escritas para ela. Até, é claro, todas as cartas serem enviadas para os seus destinatários. De repente, de puramente imaginária e secreta, a vida amorosa de Lara Jean se torna completamente fora de controle e pública.*
“My letters are for when I don't want to be in love anymore. They're for good-bye. Because after I write in my letter, I'm not longer consumed by my all-consuming love...My letters set me free. Or at least they're supposed to.”
To All the Boys I've Loved Before foi um livro ótimo, o que obviamente não é uma coisa ruim. A leitura foi uma das mais agradáveis que eu fiz esse ano dentro da categoria YA Contemporâneo, fácil um que eu recomendaria para as pessoas que curtem o gênero. Mas ainda assim, faltou... Algo. Me levou algumas horas para descobrir qual foi meu problema com esse livro, mas eventualmente eu cheguei a conclusão de que foi o quão irrealisticamente realista Lara Jean pareceu ser durante minha leitura.
Primeiro de tudo, logo de cara gostei bastante da ideia de cartas de amor que tivessem uma finalidade de encerramento, não de escrever para se lamentar. De inicio, essa foi uma das poucas coisas que eu gostei na personalidade da Lara Jean. No, sei lá, primeiro terço da história a garota de 16 anos conseguia ser muito exasperante. Lara Jean tem uma infinidade de atitudes infantis, ainda mais considerando sua idade. Varias vezes tive que parar e me lembrar que não, a personagem principal não tinha 12. Só que, plot twist, todas as infantilidades dela acabaram meio que tendo um ponto de contrapartida no decorrer do livro, o que foi bem bacana. Nada pior que um livro em que a personagem continua sempre nos mesmos erros, nas mesmas inseguranças, nas mesmas neuras. (cof cof, Tess de After, ehem cof cof)
“It was at that exact moment that I saw Peter walking down the hall toward me. He looked so good. He deserved his own background music.”
Nas minhas notas iniciais eu já previa um baita dum amadurecimento da Lara Jean, especialmente no que se refere ao caso de dependência aguda que ela tinha com sua irmã mais velha, Margot. Meu maior medo era que, ao invés dela finalmente vestir as calcinhas de menina grande, ela usasse outras pessoas para assumir o papel de liderança que a Margot deixou vago. Não vou dizer se é isso que acontece ou não, mas fiquei bastante contente com a versão da Lara Jean que encerra o primeiro volume da duologia (ou é trilogia?).
Lara Jean foi uma das protagonistas mais difíceis de quebrar aquela última barreira de irritação, e mesmo quando a barreira já tinha sido removida, as frustrações com as inseguranças da personagem continuaram a aparecer, o que, para mim, deu um toque de realismo num livro que de forma alguma é realista. Apesar dela chorar bastante, reclamar bastante e ter medo de coisas que garotas sonham todas as noites, ela acaba sim evoluindo um bom tanto, e de uma forma bastante gradativa também. Não foi nada abrupto de um dia pro outro, depois de uma grande epifania. Tudo aconteceu aos poucos, e o leitor observou essa transição mais pelas atitudes cotidianas da garota do que pelos momentos filosóficos, etc.
“When that piece makes sense, everything else starts to.”
A escrita da Jenny Han claramente foi o ponto alto dessa leitura. Adoraria dizer que foram os personagens, só que, enquanto eu gostei muito de todos eles e do papel que eles cumprem no desenvolvimento da história da Lara Jean, com exceção da Katherine, não teve nenhum personagem que eu tenha amado. Talvez e muito provavelmente seja porque mal se cria um background desses personagens. A gente só sabe o que a Lara Jean conta, e várias vezes o que ela conta mais me irritava do que me fazia sentir empatia. Depois que eu aceitei que essa é uma história de coming of age, e não de amor adolescente (ainda que tivesse bastante desse ultimo também, com cenas foooooofas que me faziam ficar com o tipico sorriso idiota!), comecei a curtir a leitura bem mais, exatamente por passar a olhar para ela por um angulo diferente.
Eu fiquei tão neurótica quando se cria o triangulo amoroso. Desde o começo, de certa forma, foi um tanto previsível com quem ela acabaria, mas não foi até a metade do livro que eu me permiti ter certeza que ela não gostava daquele de verdade e que quem ela amava mesmo era aquele. O processo de descobrimento e compreensão dos personagens sobre seus próprios sentimentos foi tãaaaaao frustrante, quando pra quem está de fora tudo é tão obvio. Peter me incomodou por um tempinho, Josh me incomodou um monte e a Lara Jean quase me deu um ataque cardíaco ou dois.
“But what now? What am I supposed to do with all these feelings?”
Apesar de ter duvidado que esse enredo seria o suficiente para se dividir em dois livros, os últimos cinco capítulos de To All the Boys I've Loved Before deram uma abertura bem realista para P.S. I Still Love You. Acho que se o final feliz que provavelmente veremos no segundo volume da série fosse compactado e adicionado no final do primeiro livro, esse teria sido mais um motivo para reclamações.
Ainda que não tenha amado To All the Boys I've Loved Before como a maioria das pessoas amaram ou como eu mesma esperava amar, vou sim dar sequencia a leitura dessa série. No segundo livro espero ver Lara Jean abrindo suas asas completamente; Margot abrindo a mente dela para certas coisas; Quero ver como o Josh vai se encaixar na história depois do final e da sinopse de P.S. I Still Love You; Principalmente, quero deixar de gostar dos personagens. Eu quero me apaixonar por eles.
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