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01 novembro, 2017

A Court of Thornes and Roses, de Sarah J. Maas.

A Court of Thornes and Roses #1: A Court of Thornes and Roses.

Autor(a): Sarah J. Maas
Editora: Bloomsbury USA
Ano: 2015
Paginas: 421
IBSN-13: 9781619634442
No Brasil: Corte de Espinhos e Rosas (Galera Record)
Livros da Série: #2 e #3.
no goodreads e no skoob.

“I threw myself into that fire, threw myself into it, into him, and let myself burn.” 

Desde que sua família sua família se fragmentou em mil porções após a morte de sua mãe e a perda de todos os bens financeiros graças a negócios errados de seu pai, Feyre Archeron vem cuidando de suas irmãs mais velhas Nesta e Elain da melhor forma que pode: a garota passa horas embrenhada na floresta caçando o que se tornaria seus alimentos mais tarde, ou sua moeda de troca para suprimentos vitais de sua pequena casa no extremo norte. Tão ao norte, que sua vila fica a apenas alguns quilômetros da muralha que corta Prythian e separa as terras mortais das terras Feéricas. Em uma de suas buscas por comida no meio da floresta, Feyre se depara com o maior lobo que ela já viu na sua vida e, a julgar pela inteligência extraordinária que vê nos olhos do animal, a garota assume que aquele lobo na realidade é um feérico. Seu modo de sobrevivência entra em ação e, antes que a criatura lhe ataque, Feyre a acerta com uma flecha de freixo, única arma que sabe ser eficiente contra os faes. 

O que Feyre não sabia é que o preço pela de vida de um fae é outra vida. Não leva muito para que uma besta invada sua pequena cabana e lhe explique as regras. Segundo o Tratado de Paz entre feéricos e humanos, era da escolha dela morrer ou ir viver com dita besta pelo resto de sua vida. Assim, Feyre se vê levada para o outro lado da muralha pela besta que agora atende pelo nome de Tamlin. O que ela prevê é uma vida de escravidão e ainda mais miséria, mas não é exatamente isso que encontra quando chega a Corte Primaveril, seu novo lar. 

Uma das minhas coisas prediletas nos livros da Sarah J. Maas é que a autora geralmente é muito boa em manipular os sentimentos dos leitores. Agora que já li a trilogia inteira compreendi que ACOTAR ser claramente mais fraco que seus sucessores não foi um erro, foi uma estratégia. Se formos honestos, a história entre capa e contracapas aqui é boa, sim, só não é nada espetacular. O talento de Sarah com as palavras, com construção de mundos e sistemas mágicos, no entanto, é o suficiente para te impulsionar a ler os livros seguintes de suas séries.  Assim como Throne of Glass, A Court of Thornes and Roses passa longe de ser meu livro favorito da vida, mas ele é uma belíssima porta de entrada à um universo complexo, cheio de curvas e personagens envolventes e tridimensionais.  

Feyre tem apenas 19 anos e o mais incrível sobre ela é que sua juventude transparece em meio à maturidade prematura adquirida após os anos difíceis que teve que enfrentar. Foi muito diferente vê-la lutar para se colocar na frente dos outros, já que sua natureza sempre foi ser altruísta. Ainda assim, ela nunca abandonou uma batalha (física ou emocional) se significasse o bem-estar de alguém que ela amasse. Seu desenvolvimento foi brutal, foi uma bateria de construção e desconstrução intensa que, ao final, resultou em algo que tive muito prazer em acompanhar. 

Uma das minhas coisas prediletas sobre a garota é quão obstinada ela é; ela tem um momentum muito maravilhoso para respostas e é gloriosamente petulante mesmo quando alguém faz algo que supõe ser um favor a Feyre. 
"Do you lie awake at night to come up with all your witty replies for the following day?”

Em seu processo de descobrimento, Feyre tem como companhia Lucien e Tamlin, dois personagens que me dividiram muito entre amor e consternação. Não gosto muito de triângulos amorosos, mas quando esses são bem feitos acho sim que eles deixam a história mais rica e envolvente. Por um bom tempo eu torci para que Feyre se envolvesse com Lucien. Para ser sincera, meu desejo era muito mais egoísta do que lógico. Amei Lucien desde a primeira cena que ele apareceu. O cara tem o meu tipo de senso de humor, sabe? Sem falar que minha Feyre era a que interagia e tinha diálogos irônicos e impertinentes com Lucien. 

Do outro lado da moeda, por mais que gostasse da intensidade de Tamlin, de sua lealdade a Feyre e da química entre os dois, o Grão-Senhor da Corte Primaveril, o que me conquistou foi o quão inábil e embaraçoso ele se mostrava em algumas cenas com Feyre. Ele é todo grande e se transforma em uma besta gigante e tem sexapil pairando sobre sua cabeça, e ai quando abre a boca, sai umas fofices. Adorável. Não sempre né, mas adorável!

 “I found him carefully studying me, his lips in a thin line. “Has anyone ever taken care of you?” he asked quietly.

Entra então Rhysand e amigos. A-mi-gos. Vou derreter melhor essa manteiga quando chegar a hora de falar sobre Corte de Névoa e Fúria, mas Rhysand... Humf. Às vezes eu pago minha língua e me apaixono pelos babacas sabe. 

Uma última coisa sobre os personagens: Gosto muito de como Maas parece ter uma biografia para todos os personagens que ela introduz na série. Não só isso, é muito aparente como a criação e história por trás dessas pessoas é aparente na forma que elas se portam. Mesmo os personagens que não vou citar aqui por questão de spoilers (e por achar que todos que não leram ainda merecem uma chance de descobrirem sozinhos) tem profundidade. Todos eles têm uma função na história e isso é muito valioso.

Ao que se refere ao enredo, não preciso nem falar né? Essa mulher não existe. Comecei essa leitura com muito receio de que o mundo de ACOTAR fosse ser similar com o mundo de Throne of Glass. Eu não poderia estar mais engana. O feeling é tão diferente que os dois universos parecem que existiram em tempos diferentes. Além disso, o sistema mágico é completamente distinto. Em ACOTAR Prythian é dividida em sete cortes e, em cada uma delas, os feéricos tem um tipo especifico e poder (transfiguração, telepatia, habilidades com gelo, fogo, agua, etc.), sendo que cada um tem um Grão-Senhor responsável pela porra toda. A construção política é tão complexa que levou três livros para ser explicada completamente. Lindo, lindo, lindo.

Mas não perfeito.

Sou muito chata quando se trata do ritmo de leitura de um livro. É o seguinte: não me importo nenhum pouco de ler livros que tenham uma pegada mais lenta, o que me incomoda imensamente é quando um livro tem um ritmo X, mas chega em algumas partes ele parece se arrastar. Eu gosto de consistência e não acho que seja pedir muito. Pois bem, A Court of Thornes and Roses em sua maioria tem um ritmo delicioso. Só dava Gabriela engolindo página após página até que BAM, deu um ponto ali pelos 60% (sempre os 60%...) que as coisas ficaram devagar quase parando, em que parecia que nem o romance estava se desenvolvendo. No final das contas foi meio que "a calma antes da tempestade" porque meu Jesus, o final foi tenso! (no bom sentido)

“It’s a rare day indeed when someone thanks you for bringing them to their death.

Hora do apanhadão: ACOTAR é um belíssimo primeiro livro de uma série muito promissora. Para quem nunca leu nada da Sarah J. Maas é provável que a experiencia seja mais mágica do que a que eu tive, e olha que meus problemas com o bonito foram mínimos. Agora comparado aos outros livros da autora, eu sabia que ela tinha mais potencial do que aquilo que nos apresentou nesse primeiro livro. Potencial, aliás, que brilhou em Corte de Névoa e Fúria. O segundo livro da série é sensacional! Mas dele, falaremos em outra hora


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