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20 janeiro, 2018

Major Crush, da Jennifer Echols



Major Crush

Autor(a): Jennifer Echols

Editora: Simon Pulse
Ano: 2006
Páginas: 288
Inglês Nível: I2
IBSN-13: 9781416918301.

no goodreads e no skoob.

“Talking about your feelings helps you let go of your anger. And it takes a lot of energy to be angry all the time.” 

Atire a primeira pedra que nunca olhou para um livro encostado na estante e pensou "mano, eu nunca vou ler isso". Major Crush é o exemplo perfeito desse tipo de livro na minha vida. Comprei o e-book na amazon por, sei lá, três dólares, a, no mínimo, uns três anos atrás. Ano passado, enquanto organizava minhas estantes virtuais, me deparei com o pobrezinho lá, encalhado, pedindo por atenção. Ainda em 2015 li Biggest Flirts, um lançamento recente da Echols e gostei. Então olhei para Major Crush e pensei quão ruim pode ser, né verdade. E a resposta é: Não tão ruim quanto eu imaginava. Uma coisinha sobre mim: sou descarada por um YA bestinha, um romancinho adolescente que não vai acrescentar muita coisa na minha vida, mas vai me arrancar uns sorrisos largos. Essa sou. Prazer. Então imagina minha felicidade quando foi exatamente isso que encontrei neste livro.

Aqui, nós conhecemos Virginia, uma major de bateria na banda (tipo de fanfarra) de sua escola. O problema é que, por votação, foi decretado que Virginia dividiria sua posição de líder dos bateristas da banda com seu frenemy Drew, e é dai que as coisas vão desenvolver, basicamente.

O livro segue uma temática bem início adolescencia, quando você tem um crush em uma carinha ou garota e parece impossível até que não é mais impossível, com direiro a todo aquele açúcar que conhecemos. É bem clichê, para ser sincera. Eu tinha algumas previsões do que se sucederia e elas de fato vieram a se tornar realidade, então se é uma leitura diferentona que você procura, mesmo para um YA, deste aqui você deve passar longe.

O que eu posso te dizer é que no mesmo que nível que ele é clichezento, também é meio viciante. O livro é curtinho então em uma sentada eu o engoli, e desceu deliciosamente bem. O senso de humor de Jennifer é no ponto certo, talvez um pouco infantil, claro, mas no ponto certo! Se você não está a fim pronto para vestir sua capinha de quinze anos de idade, mais uma vez, recomendo que deixe essa leitura para lá, pois ela é bem juvenil. Mas, se como eu quando li, você só quer um romancinho besta para adoçar sua vida, ta aí uma dica.

Esse não é meu primeiro livro da Jennifer Echols. Li Biggest Flirts lá em julho (acho), logo, já tinha uma noção do quão diversos seus personagens podiam ser. Ainda assim me impressionou que isso já viesse acontecendo desde suas primeiras publicações, uma época em que a preocupação com representatividade que temos hoje não era tão presente. Em ambos os livros temos personagens de diferentes raças e etnias. A única coisa que senti falta foi de personagens de sexualidades variadas, mas daí também só li dois livros da Echols, né. 

Ao longo do percurso me vi curiosa e entretida pelas peripécias desses personagens, suas vidinhas tipicamente tumultuadas, seus amores e desamores uns com os outros. A banda, o relacionamento deles com seus pais e familiares, tudo me interessou. A escrita de Jennifer Echols certamente tem seu papel nessa minha experiencia, uma vez que ela (a escrita, não Jennifer, rs) é fluida, leve e fácil de ler. 

O livro peca um pouco na história do slut shaming, perdido em meio aos pedacinhos de feminismo e empoderamento. Temos um professor, o Mr. Rush, que é muito ativo na parte ética do colégio e é dele o protagonismo em uma das minhas cenas prediletas do livro. Porém foi ele também quem soltou a maioria dos comentários sexistas de Major Crush. Acho super que foram faltas cometidas sem querer e levo muito em consideração o fato de que o livro foi publicado em 2006, quando a conversação sobre sexismo, feminismo, objetificação e sexualização de adolescentes era escassa, mas não teve como não me sentir incomodada com alguns dos diálogos e falas que li.

Outra coisa que me desagradou bastante foi a quantidade dr girl on girl hate, algumas vezes gratuito ou construído por recortes. Temos um par de gêmeas que só existem basicamente para serem más e mesquinhas, não sabemos nada sobre elas além de que elas supostamente seriam super fúteis. Sei que não necessariamente todo livro precisa se aprofundar em todos os personagens, mas ao mesmo tempo pareceu injusto não dar um tantinho sequer de voz a essas personagens.

Em suma, uma leiturinha deliciosa, e leve, que teve seus pontos altos e pontos baixos, claramente escrito por uma jovem autora ainda inexperiente, que não é ruim, mas também não tem o suficiente para se destacar ou passar do status de leitura 'ok'. Se eu recomendo? Bom, analise bem seu humor. Se o que você quer é sessão da tarde em forma de livro, então talvez seja uma boa ideia. Caso o contrário, acho que Biggest Flirts ainda é o romance da autora que indicaria.

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