Menu

30 outubro, 2017

Crash, de Nicole Williams

Crash #1: Crash.

Autor: Nicole Williams
Editora: HarperCollins
Título no Brasil: Crash (Editora Essência)
Ano: 2012
Páginas: 365
IBSN-13: 9780062267146
Inglês nível: I1
no goodreads e no skoob.
“You can’t be friends with the person you were meant to spent your life with” 
Meu negócio com Crash, da Nicole Williams, é o seguinte: li esse bonitão aqui quando tinha por volta de 16/17 anos e foi o terceiro livro que li em inglês, na mesma época em que foi lançado Belo Desastre (Jamie McGuire), que, como vocês devem se lembrar, virou febre e, de certa forma, foi o propulsor dos New Adults dentro do mercado literário. Isso foi a quatro anos atrás. Fast forward para 2016, decidi que finalmente iria dar sequência à essa série e ler os próximos livros: Clash Crush. Assim sendo, esse é um relato da minha releitura, com alguns contrastes da minha experiencia lendo Crash pela primeira vez. 

No romance conhecemos Lucy Larson, uma jovem de 17 anos que vê sua família ser destruída após uma sucessão de acontecimentos trágicos. Lucy, que costumava ter uma vida relativamente confortável, vê sua vida se alterar ainda mais quando seus pais vendem sua casa na cidade e decidem se mudar para o pequeno lar que possuíam na praia, onde costumavam passar as férias de verão. Terminar seu ciclo escolar em Southpointe High está longe ser o que ela queria, porém, contanto que tenha um estúdio de dança onde ela possa passar um tempo com seu ballet, Lucy não reclama muito.

“It was silent, but a silent that was so loud I wanted to cover my ears.”

Logo no primeiro dia após a mudança, Lucy conhece esse cara chamado Jude (sacou? sacou?). Bem de cara rola aquela química tão louca que é obvio que eles passam a se amar e odiar imediatamente. Algo que não notei quando o li em 2013 é quão intalove-y ele é. Acho que eu não teria tanto problema com isso se aqui também não ocorresse aquele fenômeno onde o tempo é adiantado e em algumas linhas descobrimos que várias semanas se passaram. Meu problema com isso é que não se vê o relacionamento crescendo e evoluindo, sabe? A gente acaba sendo deixado de fora das conversas e momentos que tornariam o relacionamento de Jude e Lucy substancial, e tudo que temos acesso é ao drama. Não vemos os dois se tornarem melhores amigos e todos os motivos que os levaram a confiar um no outro. Apenas nos é dito isso e acabou. Temos de concordar que fica difícil torcer por um relacionamento que não se acredita.

E acredite, temos que torcer muito porque a carga de drama é imensa.
A Lucy? Meio que uma escrota as vezes. Ela é uma daquelas garotas que manipulam e tiram vantagem das outras pessoas para conseguir o que querem, mas ao mesmo tempo ela não sabe muito bem o que está fazendo. Por exemplo, no colégio ela anda com essa garota chamada Taylor, ela almoça na mesa dos amigos dela e Taylor, ainda que tenha atitudes e pensamentos superficiais foi a unica pessoa que a tratou bem desde que se mudou. A atitude de Lucy é ridícula. Assim que Taylor abre a boca ou vira as costas, Lucy começa a meter o pau na garota como se ela fosse a criatura mais inútil na face da terra! É ou não é uma filha da puta? O pior é que sempre que dá merda é a Taylor e Sawyer que ela recorre!!! Juro que tentei gostar dela, mas é impossível. A garota não tem nenhuma qualidade redentora: não é engraçada, não usa o cérebro dela muito bem, ela é passiva e imatura e infantil, não dá!

Nesse livro temos personagens que ainda frequentam o High School então tecnicamente seria um YA, só que se pelo conteúdo e pelo tanto que sexualidade é abordada, ele acaba se encaixando em algum lugar entre os dois gêneros (YA e NA). Algo que incomodou muito foi como Lucy chamava a si mesma de mulher e Jude de homem. Tipo, calma lá, filha! Você tem 17 anos, fofa! 


“The name’s Jude Ryder, since I know you’re all but salivating like a rabid dog to know, and I don’t do girlfriends, relationships, flowers or regular phone calls. If that works for you, I think we could work out something special.” 


Apesar de Jude não fazer muito meu tipo (gosto muito mais dos good guys), ele continuou a me intrigar durante a releitura. Ele é aquele cara que cresceu em uma situação ruim e acha que, pelas merdas que aconteceram no passado dele, ele não tem o direito de ser feliz ou conquistar coisas boas. E não é segredo que eu adoro personagens espancados pela vida. Jude não está nem aí se ele está arruinando seu futuro ao cagar para suas notas na escola, se seus relacionamentos são superficiais. Precisa de um tipo distorcida de coragem para ser quem você é e abraçar suas decisões sem se importar com o que os outros pensam. É claro que a vida que ele leva não é saudável, e é bem aí que ele se mostra ainda mais corajoso: quando tem que mudar. Não sou muito fã dessa história de par romântico que cura todas as feridas uns dos outros, mas Lucy faz muito bem a ele, e Jude reconhece isso e que, para tê-la, sua vida na delinquência não será o suficiente.

Não me entenda mal, eu odiava como ele lidava com as frustrações. Odiava como ele explodia e se tornava meio agressivo, o negócio é que eu entendia. Por mais que ele fizesse pouquíssimo para mudar sua situação, que ele não se abrisse ou agisse como alguém digno de confiança, com a Lucy ele sempre mostrou seu lado muito vulnerável e me chateava imensamente quando ela ignorava o quão diferente ele era quando estava com ela e simplesmente aceitava a opinião dos outros sobre o carinha. É foda porque é a única pessoa que ele confia e ela constantemente jogava tudo para cima!


“The thing was, if staying away from him made me unsmart, I never wanted to be smart again.” 

É triste ter que tirar três estrelas desse livro que lembro de verdade de ter gostado muito. Meio que me traumatizou e ando evitando reler livros como nunca ultimamente graças a Crash. É um livro de entretenimento e, não importa o que tentem te vender, é isso o que ele é. A escrita é bem meia boca, algumas falas são ridiculamente clichês e merecedoras daquelas reviradas de olhos demoradas e eu não recomendaria muito para quem já bateu a casa dos 20 anos ou simplesmente não suporta personagens principais mimizentas. Se o livro focasse apenas na vida de Jude ou no drama familiar (como eu achava que era o caso) eu provavelmente teria curtido três vezes mais, mas enfim. Acontece.


Nenhum comentário:

Postar um comentário